Desde pequeninos que ouvimos perguntas como “O que queres ser quando cresceres?”. Não só este ser (e não fazer) se refere à profissão que pretendemos escolher (como se isso se tornasse no nosso “eu” ou o nosso “eu” passasse a ser, simplesmente, o trabalho que desempenhamos), como parece haver uma certa urgência na decisão (como se não pudéssemos, simplesmente, ainda não saber). Isto devia alertar-nos já em crianças para o que nos espera em adultos…
A experiência e a investigação mostram-nos que uma das coisas que mais contribui para o desenvolvimento da nossa identidade em adultos é a nossa profissão. Mais uma vez, parece que os conceitos de ser e fazer se tocam. Não é só o nosso “eu” social que parece depender da nossa profissão, mas também o nosso “eu” individual é construído em parte por ela.
Em tempos em que tantas pessoas se encontram desempregadas, e tantas outras (ou mais ainda) estão insatisfeitas com aquilo que fazem, com os cargos que ocupam, como se definem os adultos de hoje? Como podem eles (re)construir as suas identidades?
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Fonte: Ana Luísa Oliveira