Tecnologia e soft skills cada vez mais presentes no futuro do trabalho

Com as rápidas transformações no mundo do trabalho impulsionadas pela presença da tecnologia, as escolas devem focar no desenvolvimento de habilidades menos repetitivas e com foco em alta performance cognitiva

O mundo muda e, junto com essas transformações, diferentes setores da sociedade são convidados a mudar também. Pense, por exemplo, na maneira como seus pais ou avós iam à escola, como educadores e educadoras lidavam com o giz e a lousa. Tablets e jogos virtuais? Sequer existiam.

Conforme a sociedade avança, é natural que ajustes sejam feitos e práticas sejam incorporadas na rotina escolar. Ainda lembrando de seus familiares, consegue pensar na maneira como eles se preparavam para o mercado de trabalho? Era completamente outra, certo? E tudo isso continua em transformação.

Durante o evento “Jornada para uma nova educação: Hybrid Learning Summit“, promovido pela Microsoft Education, além do debate sobre  avanços no campo do ensino híbrido, também houve espaço para se pensar na maneira como as escolas podem preparar os estudantes para o futuro profissional.

De acordo com Nicola Doherty, líder de Educação do LinkedIn na América Latina, a partir de dados coletados pela empresa, nota-se que a pandemia mostrou uma crescente lacuna de habilidades. A pesquisa apontou que houve uma mudança nos empregos devido à transformação digital, com um aumento em posições que demandam tarefas não repetitivas, mas de alta habilidade cognitiva.

“Efetivamente, a pandemia evidenciou de forma dura a já existente lacuna de habilidades cada vez maior em todo o mundo. Isso precisará ser resolvido com uma urgência ainda maior para acelerar a recuperação econômica”, diz.

Entre as características que impulsionam essa transformação, está, em primeiro lugar, o surgimento de tecnologias que utilizam inteligência artificial que, por sua vez, impactam diretamente na automação de muitos processos. Ou seja, o mundo do trabalho para o qual os estudantes dessa geração estão se encaminhando traz consigo um ambiente com ainda mais  tecnologia.

A segunda característica apontada por Nicola tem a ver com isso. Trata-se da crescente necessidade de que as pessoas tenham competências digitais, principalmente em um cenário comercial que muda muito rápido.

Por último, outro aspecto definidor do cenário atual – que se estenderá pelos próximos anos – é a queda nos investimentos em treinamentos baseados no empregador. “Navegar por esses desafios para fechar essas lacunas de habilidades vai exigir uma parceria renovada entre as partes interessadas nos setores público, privado e sem fins lucrativos”, pontuou Nicola.

Mudanças no setor educacional

Impulsionada pelas transformações na economia digital, a educação precisa estar atenta à  maneira como aborda o uso da tecnologia para além da sala de aula, nesta preparação do aluno para a vida pós educação básica.

BNCC (Base Nacional Comum Curricular) traz em suas competências gerais elementos que seguem nesta direção, como a Cultura Digital, que olha como os estudantes compreendem e utilizam de maneira significativa as tecnologias digitais e as competências voltadas para Trabalho e Projeto de Vida, focadas na experiência e conhecimentos que ajudem a entender o mundo do trabalho.

Conforme empresas e instituições passam a usar com cada vez mais frequência inteligência artificial e automação, por exemplo, isso acaba tendo impactos na forma como o trabalho é organizado. Mudam os tipos de habilidades necessárias para entrar no mercado e as habilidades internas, necessárias para  continuar nele.

“O que ouço com muita frequência de nossos clientes em educação é que o preço de manter o currículo atualizado em um mercado de trabalho em constante evolução é desafiador”, diz Nicola.

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