Jovens com formação técnica no ensino médio têm mais chances de emprego formal e evolução de carreira, diz estudo

Jovens com formação técnica no ensino médio têm mais chances de emprego formal e evolução de carreira, diz estudo

A educação profissional e técnica proporciona mais oportunidades de evolução na carreira para os jovens, em relação a quem concluiu apenas o ensino médio.

Esta é a conclusão de pesquisa realizada com o objetivo de entender a percepção das empresas no Brasil sobre a contratação de quem sai da escola, uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, Itaú Educação e Trabalho e Fundação Arymax, desenvolvida pela consultoria Plano CDE.

De acordo com o estudo, 60% das empresas afirmam que ter feito curso técnico é um diferencial para selecionar um jovem funcionário.

Em 42% delas, os jovens com formação técnica permanecem e evoluem de cargo e 61% delas têm, pelo menos, um gestor que já ocupou cargo técnico na companhia.

“A pesquisa traz dados qualificados para subsidiar a criação de políticas públicas que alcancem o maior número possível de jovens. A produção de conhecimento e a articulação de parcerias, que envolvem os diferentes setores da sociedade, são estruturantes para estratégias de sucesso na inclusão produtiva dos mais jovens”, diz João Alegria, secretário geral da Fundação Roberto Marinho.

Desafio para os jovens

Apesar da perspectiva positiva no mundo do trabalho para os jovens com ensino técnico, a contratação desses profissionais é ainda um desafio para as empresas. De acordo com o estudo:

  • 40% das empresas consideram a contratação de jovens com ensino médio/técnico difícil;
  • 71% declaram que usam o mesmo tipo de processo seletivo para diferentes níveis de profissionais (ensino médio, técnico, superior);
  • 52% consideram a experiência na função como a competência mais importante na contratação.

A falta de qualificações técnicas e de experiência são as principais dificuldades para a contratação de jovens, seguidas de competências socioemocionais aquém do esperado.

“A situação dos jovens como um dos grupos mais prejudicados pelas dificuldades de inserção produtiva é um problema social, que demanda políticas intersetoriais, incluindo a participação de quem contrata”, afirma Rosalina Soares, assessora de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho.

Para Rosalina, os jovens terão mais oportunidades e as empresas menos dificuldades no processo de contratação, na medida que o país avançar em arranjos colaborativos para a formação técnica-profissional.

“Dentro deste contexto, é possível, por exemplo, potencializar a Lei da Aprendizagem. Considerando a cota mínima de 5% que as empresas brasileiras devem cumprir, temos um potencial de pelo menos 450 mil vagas, que podem ser direcionadas para a juventude que frequenta o ensino médio. Esta é uma excelente porta de entrada para os jovens desenvolverem as habilidades e competências demandadas pelo setor produtivo”, conclui.

Outro importante alerta da pesquisa é a forma das empresas chegarem aos jovens para a contratação:

  • 45% delas dizem preferir as “indicações”;
  • 22% usam sites de vagas.

Desta forma, a rede de relacionamentos interpessoais se coloca como um relevante meio para obter oportunidades de trabalho para os jovens, o que representa um grande obstáculo para inserção no mundo do trabalho para aqueles com maior vulnerabilidade social, aponta o estudo.

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