O presente estudo resulta de um projeto de introdução da língua portuguesa e culturas lusófonas nos cursos oferecidos por uma universidade de Durban, na África do Sul. O projeto visa preparar futuros profissionais anglófonos, nas áreas dos negócios e das artes, para desempenharem funções em países de língua portuguesa, com ênfase na comunicação oral e nos meios digitais. Perante o aumento crescente da procura de programas específicos de desenvolvimento da oralidade de português língua estrangeira (PLE) a dificuldade consistia, não apenas, na falta de conteúdos digitais bilingues (em especial, em português europeu) mas também, na falta de ambientes virtuais de aprendizagem com uma estrutura modular, sistemática e especializada. Ao longo de 2013, foi feita uma pesquisa de conteúdos digitais, ferramentas e estudos de caso que permitiram avaliar as ferramentas mais indicadas para o desenvolvimento da comunicação oral em português língua estrangeira. Em resultado da pesquisa e da reflexão, foram colocadas duas hipóteses prévias: (1) o m-learning (numa primeira fase, integrado em ambiente b-learning) como modalidade colaborativa adequada de acesso e construção do conhecimento; (2) a videoconferência com falantes nativos de português como uma ferramenta de interação de excelência na aplicação do conhecimento da língua. O desafio consistiu, portanto, em construir um ambiente de aprendizagem virtual, articulado por atos de comunicação e integrador das ferramentas TIC mais adequadas para desenvolvimento da competência comunicativa, oral e intercultural dos seus utilizadores, de nível A1. Ao longo de 2014, desenvolvi os conteúdos digitais, tais como videocasts e podcasts, tutoriais, languagequests, quizzes e guiões de conversação, organizei um website para e/m-learning e tentei criar uma rede de contactos Skype. Ao longo do primeiro trimestre de 2015, testei a viabilidade desta metodologia com um grupo de alunos dos cursos de Design, Tradução e Interpretação e Jornalismo da Faculdade de Artes e Design. O presente estudo visa (1) refletir os caminhos de investigação seguidos e (2) descrever os dados obtidos esperando que aponte para novas experiências de e-learning, cada vez mais relevantes na era digital em que vivemos, enquanto instrumento fundamental da internacionalização do PLE, no mundo dos negócios.
Fonte: Maria Raquel Pegado