Cibersegurança – Entre o Valor Percecionado e o Dano Real

Longe vão os tempos em que um único ser humano conseguia perceber e gerir o comportamento dos dados intra e interempresariais. Hoje em dia, um conjunto de 100 máquinas pode gerar 2500 “output logs” em cada hora [1] , e, esse dado remete as análises para dimensões super-humanas sem resolução precisa, acresce que, com a geração automática de dados e respetiva acumulação nem as equipas integradas em SOC ( System Operations Center ) conseguem extrair significados sem a ajuda de um arsenal de ferramentas de análise de tráfego em tempo real, de identificação de padrões e de produção de decisões inteligentes através de algoritmos de machine learning e inteligência artificial.

Existe hoje todo um arsenal “paratécnico” a apoiar raciocínios de memória e interligação associada, sem os quais é impossível ultrapassar a ingenuidade da qual todos nós, humanos, somos na realidade feitos.

A modelização de comportamentos não está somente nas mãos dos seres humanos, dado que a atmosfera tecnológica pervasiva , umas vezes invasiva e outras imersiva retira ao cérebro a lucidez para análise e reflexão, o que conduz a uma incapacidade de produção de sentido .

Perceber o fenómeno de Ransomware dos últimos dias não pode deixar de reclamar um olhar atento sobre a sua timeline. Em 2016, os primeiros rumores sobre a existência de uma porta que poderia estar exposta em algumas versões do Windows, tornava o 12 de Maio de 2017 possível . A ingenuidade humana, fruto da curva de esquecimento extremamente rápida para a maioria dos cérebros que habitam o planeta, teve no entanto um novo “disparo” quando em Março último, a Microsoft mandou executar o MS17-010 com vista à resolução das vulnerabilities associadas: CVE-2017-0143 ; CVE-2017-0144 ; CVE-2017-0145 ; CVE-2017-0146 ; CVE-2017-0147 ;CVE-2017-0148.

Fonte: Francisco Lavrador Pires

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