Uma comitiva portuguesa vai marcar presença na feira de educação no estado norte-americano do Colorado. A iniciativa procura incentivar colaborações institucionais entre vários países.
A comitiva portuguesa à feira de educação, que começa esta terça-feira em Denver, no Colorado, terá o maior espaço de sempre para promover Portugal, disse à Lusa o administrador da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) Michael Baum.
“É o maior espaço de Portugal já alguma vez montado” na feira NAFSA – Association of International Educators, referiu Michael Baum.
“Nunca tivemos 20 instituições a participar. O espaço tem cerca de 100 metros quadrados e pagámos mais este ano para ter um espaço mais central”, acrescentou o responsável de uma das financiadoras da comitiva.
Por ocasião da feira, a FLAD irá também lançar, na quinta-feira, um programa de estímulo à internacionalização das instituições de ensino portuguesas nos Estados Unidos. Os projetos escolhidos, a anunciar em outubro, poderão receber até 30 mil euros cada, com um financiamento global de 100 mil euros.
“Estamos a tentar incentivar colaborações institucionais”, frisou Baum. “Queremos ter propostas que vão pôr pelo menos duas instituições a desenvolver alguma coisa em conjunto”.
Na NAFSA, o investimento na presença portuguesa, feito pela FLAD em conjunto com a Agência Nacional Erasmus+ e com contributo de cada instituição de ensino, vai também ultrapassar os 100 mil euros.
Entre as instituições presentes, numa comitiva de mais de 50 pessoas, estão a Universidade Nova, a Católica, o ISCTE, as Universidades de Lisboa, Porto, Algarve, Évora, Açores e Minho, a Lusófona, os politécnicos de Lisboa, Bragança e Leiria, e a Lusíada.
“Os países fazem promoção da marca do país”, frisou Michael Baum, indicando que a NAFSA é a grande feira de estudos internacionais nos Estados Unidos.
“Todas as universidades portuguesas estão à procura de internacionalização, tal como as americanas”, continuou. “Em termos financeiros é interessante para Portugal”, acrescentou, já que um aluno internacional paga uma propina cerca de quatro vezes superior à de um aluno nacional.
As universidades portuguesas também estão à procura de parcerias que em inglês se designam “balanced exchange agreements”, para a troca de alunos internacionais entre si.
Além da presença na NAFSA 2022, parte da comitiva vai depois visitar a Califórnia, por iniciativa do cônsul-geral de Portugal em São Francisco, Pedro Pinto, e da Fulbright.
A agenda inclui visitas à Universidade de Stanford, Universidade de Berkeley, Universidade de Santa Clara e Berkeley City College.
“Uma das ideias foi dar um conhecimento mais aprofundado da diversidade do ensino superior nos Estados Unidos aos portugueses”, explicou Micheal Baum. Haverá também uma visita à comunidade portuguesa em São José, com sessões informativas sobre as oportunidades e bolsas que existem para alunos lusodescendentes em Portugal.
Quanto ao concurso de estímulo à internacionalização, o administrador disse que alguns exemplos de propostas que podem ser financiadas são os programas de licenciaturas de grau dual, “que requerem imenso trabalho preparatório e muito boa vontade das duas partes”, e a aprendizagem online colaborativa, ou Collaborative Online International Learning (COIL).
“É uma nova tendência na internacionalização, permitindo que dois docentes de cá e de lá desenvolvam um currículo em conjunto através das respetivas cadeiras e tipicamente os alunos colaboram entre si, numa espécie de aprendizagem baseada em projetos em que cada grupo é responsável por uma fase e depois estão a colaborar online em tempo real”, descreveu o responsável.
A NAFSA 2022 decorre entre terça-feira e sexta-feira. A visita da comitiva à Califórnia irá acontecer de forma faseada entre os dias 4 e 7 de junho.