Capacitações virtuais e rumo ao metaverso mobilizam startups e cursos renomados

Tecnologias de Gestão da Formação

Na semana passada, foi lançado o relatório sobre aprendizado do LinkedIn, com base em líderes empresariais de treinamento e desenvolvimento. Há duas conclusões advindas da pandemia de covid-19. A primeira é de que esses profissionais passaram a ser mais requisitados. Em segundo lugar, cresceu a necessidade de treinamentos e cursos, sobretudo online e nos locais de trabalho. E isso antes mesmo de se falar da palavra que tomou muitas reuniões recentes: metaverso.

Neste ano, pesquisa da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), em parceria com a Integração Escola de Negócios, apontou que três em cada treinamentos no País já são online (69%). Dois anos antes, pré-covid, esse número era de apenas 29%. O mercado da educação online, ou e-learning, não para de crescer e, de acordo com a Global Marketing Insights, deve duplicar de tamanho até 2027, chegando aos US$ 500 bilhões, vindos principalmente de capacitação funcional.

O mercado já tem soluções educacionais especializadas sendo pensadas. As edtechs, iniciativas que empregam tecnologia para criar soluções diferenciadas para o ensino, cresceram 26% em dois anos, conforme o Centro de Inovação para a Educação Brasileira e a Associação Brasileira de Startups do Brasil. De cada 20 startups nacionais que mais recebem recursos ou ganham destaque, uma já é especificamente dessa área.

Mas o que metaverso tem a ver com isto? Trata-se de um ambiente digital no qual já é possível alcançar níveis de imersão e interação muito mais elevados, com internet de alta velocidade e realidade aumentada. Como o Estadão mostrou neste mês, o Metaverso voltou ao radar depois que Mark Zuckerberg, dono do Facebook, do WhatsApp e do Instagram, rebatizou a holding das empresas de Meta e disse que essa seria a sua próxima aposta. Essa mistura de universo Matrix com personagens do jogo eletrônico The Sims já conta até com uma sala de aula recém-lançada na FIA Business School, que passou literalmente a ensinar no Metaverso.

A professora usa óculos de realidade virtual para ensinar, enquanto os alunos que ainda não tiverem o aparelho podem entrar para o espaço online por meio de videochamada. “Para eles é uma experiência incrível. Não estamos falando de um mundo ‘chapado’, e sim de um universo diferente.

O aluno pode participar de casa, deitado na cama, quando é transportado para a sala de aula. Ali, ele anda, fala, bate palma e interage com os colegas, enquanto escrevo na lousa, passo uma apresentação e tiro dúvidas”, explicou ao Estadão Alessandra Montini, diretora do núcleo Labdata da FIA.

China, EUA, México e partes da Europa têm investido em treinamentos e cursos ministrados exclusivamente em realidade virtual. A USP se tornou este ano a primeira faculdade pública a “comprar um terreno” nesse espaço online.

Unindo tendências

Para muitos, o metaverso ajudará a alavancar o conceito de ESG. O NRF Retail’s Big Show 2022, maior evento de varejo do mundo, colocou as duas palavras no início do ano como centrais para o futuro.

Bill Gates, histórico fundador da Microsoft, acredita que em poucos anos todas as reuniões de trabalho e as capacitações profissionais serão no metaverso. Caso isso ocorra, só o valor agregado pelo não deslocamento trará benefícios tanto em ambiente quanto em sociedade e governança.

Mesmo antes de isso ocorrer, aliás, já é possível se preparar gratuitamente para colaborar com os chamados pilares ESG. Uma forma de se introduzir no assunto é participar de cursos livres e rápidos que dão um pouco da dimensão das atividades envolvidas no dia a dia de quem atua com práticas ambientais, sociais e de governança (veja abaixo).

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