Quando devem as empresas apostar em formação ou consultoria?

Todas as empresas desejam melhorar o desempenho das suas equipas de trabalho. Numa conjuntura global marcada pela incerteza, volatilidade e complexidade, típicos de períodos de crise, as empresas precisam de assegurar que têm a capacidade de se adaptar rapidamente a mudanças inesperadas e responder às necessidades dos consumidores, também elas em mudança.

Por Marco Gouveia, consultor e formador de Marketing Digital, CEO da Escola Marketing Digital 

Para isso, além de assegurar que as práticas internas da empresa estão em linha com os desafios actuais e permanecem eficientes, é necessário garantir que os profissionais estão actualizados e preparados para lidar com os novos desafios que surgem.

Antigamente, a formação era vista única e exclusivamente como um meio para adequar a pessoa ao cargo e, dessa forma, desenvolver a força de trabalho da empresa. Porém, actualmente, a formação é entendida de forma mais abrangente, como uma maneira de melhorar a performance dos trabalhadores, de modo a que sejam capazes de executar as tarefas não só da forma mais correcta, mas também da forma mais eficiente possível. A formação pode ser uma ferramenta preciosa para estimular a criatividade nos colaboradores, instigar a inovação e aumentar a produtividade dentro das equipas, contribuindo para optimizar processos e aumentar a eficiência.

A própria Lei consagra a formação como um direito que assiste a qualquer trabalhador. De acordo com o artigo 131.º do Código do Trabalho, as empresas têm o dever de dar 40 horas por ano de formação contínua a 10% dos seus trabalhadores, pelo menos. Tratando-se de contrato a termo de duração igual ou superior a três meses, o número de horas de formação em cada ano é proporcional à duração do contrato nesse ano.

A formação profissional tem como objectivos dar qualificação inicial a jovens acabados de entrar no mercado de trabalho, garantir a formação contínua a todos os trabalhadores, permitir a qualificação ou reconversão profissional de trabalhador em risco de desemprego, promover a reabilitação profissional de trabalhador com deficiência, em particular quando a mesma resulta de um acidente de trabalho e facilitar a integração social e profissional de trabalhadores pertencentes a grupos com claras dificuldades de inserção.

Portanto, por que não aproveitar estas horas para aumentar a qualificação dos quadros internos com formação realmente útil, adaptada às suas necessidades e às constantes mudanças no mundo? Uma empresa que investe em formação impacta positivamente a motivação dos colaboradores, aumenta a sua capacidade de retenção e fortalece a cultura e espírito de equipa, evitando gastos desnecessários de tempo e esforços no recrutamento de novos talentos.

Assim, a formação para empresas personalizada, cíclica e contínua é essencial. Aliás, a questão que se coloca não é tanto “se” é necessária, mas “quando”. A resposta é simples: a empresa deve apostar em formação sempre que existam novas actualizações importantes no sector onde actua, novas tendências que poderiam agilizar a gestão do trabalho quotidiano ou quando os colaboradores faziam bom uso de um refresh dos seus conhecimentos no geral.

Já a consultoria empresarial pode ser um complemento interessante a considerar se a empresa tem como principal objectivo o crescimento. A consultoria nada mais é do que um serviço oferecido por um profissional ou empresa de uma área específica para outro profissional ou empresa. Através de uma visão externa e profissional, o consultor leva para dentro da empresa todo o seu conhecimento e experiência para que esta alcance os seus objectivos.

Nem sempre é simples perceber quando a empresa está a precisar de uma consultoria empresarial. Por isso, veremos de seguida algumas situações que podem ser melhor resolvidas com a ajuda de um olhar externo. Em primeiro lugar, quando a empresa está estagnada e pretende crescer, mas os gestores não têm a certeza sobre qual o próximo passo a seguir. Em segundo lugar, quando as vendas diminuíram, afectando seriamente o facturamento, sendo necessária uma recuperação urgente. Em terceiro lugar, quando a gestão dos processos internos da empresa não é a melhor, prejudicando a produtividade dentro das equipas.

É importante salientar que este processo de optimização através da consultoria é um trabalho que deve ser partilhado entre ambas as partes, devendo a empresa comprometer-se a ajudar o consultor, ao fornecer todas as informações necessárias, e também a colocar em prática as suas propostas.

A consultoria não é um luxo ao qual só as grandes empresas podem aceder. É uma opção a ponderar por todas aquelas que têm uma visão ambiciosa de crescimento. Já a formação, essa não é uma opção a ponderar, mas uma verdadeira obrigação para sobreviver no meio competitivo de hoje.

Fonte: https://hrportugal.sapo.pt/quando-devem-as-empresas-apostar-em-formacao-ou-consultoria/

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