Nesta era pós-COVID, Portugal atravessa uma das suas maiores crises no que à formação e desenvolvimento diz respeito. Se é verdade que as empresas necessitam de profissionais tecnicamente qualificados, não deixa de ser igualmente verdade que as soft skills são a pedra angular nesse processo de qualificação. De facto, com a crise pandémica – e consequente crise financeira – as empresas sentiram-se obrigadas a reduzir os seus budgets de formação, o que relegou para segundo plano as formações de cariz mais comportamental.
Para agudizar esta crise, sou da opinião de que, durante a “Era COVID”, a maioria das Academias de Formação do mercado português ofereceram formações (maioritariamente) de catálogo e pouco voltadas para o mercado. Por outras palavras, considero (ainda) existir um gap entre as necessidades concretas das empresas e as formações que são oferecidas por (muitas) Academias do mercado. Este problema, aliás, não é novo, bastando para isso fazer um breve balanço entre os planos curriculares que são ensinados nas Faculdades e o que é, na prática, procurado pelas empresas. No meu ponto de vista, se muitas empresas sentem a necessidade de integrar, nos seus processos de onbording, módulos robustos de formação em valências soft skills, tal deve-se ao facto da maioria das licenciaturas não o terem feito.
A formação ao longo da vida profissional é uma realidade que faz mais sentido do que nunca, tendo as empresas de garantir um eficaz equilíbrio entre as formações de cariz mais técnico e as formações de cariz comportamental. De facto, hoje, para se ter sucesso profissional, para além de se dominar os aspetos técnicos ligados ao cumprimento eficaz da função, os profissionais têm de ver desenvolvidas as suas valências comportamentais.
Para diminuir este gap existente entre a Academia e o Mercado, algumas Academias de formação, à semelhança da Header Executive Learning, têm reforçado as suas equipas de Learning com formadores que são simultaneamente profissionais de relevo, em diversas organizações do nosso tecido empresarial. Com esta aposta, procuramos oferecer ao mercado simulações de treino que sejam um espelho fiel da realidade que os nossos formandos encontram nas suas empresas. Acreditamos que o facto de as nossas formações serem facilitadas por profissionais das empresas, vem responder aos riscos associados a formações meramente teórico-expositivas que a crise COVID veio trazer a lume.
Nos próximos tempos, assistiremos a um aumento da exigência das empresas, em relação às Academias de Formação do mercado, sendo que apenas vingarão (e prosperarão) aquelas Academias que tiverem a capacidade de aliar às suas formações técnicas temáticas de cariz comportamental.
Fonte: https://lidermagazine.sapo.pt/os-desafios-da-nova-era-da-formacao-profissional/