No nosso último post começamos por escrver que “ os grandes saltos disruptivos na história de evolução das sociedades humanas arrastaram consigo um alargado número de instituições que pareciam sólidas como rochas ”, no momento atual, em que os saltos digitais se estão a transformar progressivamente em afundanços analógicos, é necessário manter um pensamento lúcido sobre o devir, sob pena de se hipotecar uma boa parte do futuro através do sacrifício e das privações impostas às novas gerações.
A sociedade digital organizada eletronicamente e conduzida pela imaterialidade do software vai fazendo o seu percurso, nuns casos reforçando as instituições, e noutros arrastando-as penosamente para um futuro sem regresso.
Nas últimas duas décadas, Portugal acompanhou muito bem, e, em muitos casos liderou mesmo o avanço da sociedade digital em matéria de infraestruturas e acesso às redes globais. Nesta evolução saliente-se o papel da FCCN ( Fundação para os Meios de Calculo Cientifico ) e a sua liderança de conhecimento profundo em redes e em capacidade de negociação nos novos ambientes , mas sobretude a sua atitude sempre muito orientada a um futuro digital democrático. As possibilidades das redes não chegavam a todos mas isso era apenas uma questão de tempo, e nunca uma impossibilidade, ou sequer uma redução da intencionalidade de fazer chegar.
Fonte: Francisco Lavrador Pires