O que podemos aprender com o fenômeno Pokémon Go?

Go, Go, Go! Nas últimas semanas, sem dúvida, este tem sido o assunto mais comentado na internet. Dificilmente algum veículo de comunicação ou escritores e palestrantes não tenham comentado sobre o Pokémon Go. Alguns textos falam sobre o que é, outros como surgiu, como os países estão se adaptando a proposta do jogo e por aí vai. Meu objetivo com este artigo é mostrar como podemos aprender lições valiosas com este case de sucesso mundial.

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Primeiro ponto: ainda temos muito a aprender, tanto sobre o comportamento quanto o marketing. A verdade é que a sensação de estabilidade e conforto precisam definitivamente ser extintas do nosso mercado contemporâneo. Já aprendemos que não existe sucesso absoluto e que “fenômenos” sempre podem surgir e desconstruir tudo que acreditamos ser impossível até aquele exato momento. Os números surpreendentes – em menos de uma semana de lançado, o Pokémon Go superou o Facebook, que tentava não ser ultrapassado pelo Snapchat – mas foi surpreendido por um novo competidor que, “correndo por fora”, está deixando o gigante comendo poeira.

E, diferente do que muitos pensam, o Pokémon Go não surgiu do nada ou de uma hora pra outra. Muito pelo contrário. Nos últimos 20 anos o criador do jogo – John Hanke – tem trabalhado no seu propósito, que foi definido no início da sua carreira. Ele tem desenvolvido projetos desde 1996 quando já tinha em mente “mapear o mundo”. O que ele fez, e com muito mérito, foi aperfeiçoar suas técnicas e apostar no que acreditava. Só para se ter uma ideia, em 2004 Hanke vendeu o jogo “Keyhole”, que utilizava fotos de satélites, para o Google, que na sequência transformou no que hoje é o Google Earth. Passo a passo as coisas foram acontecendo até que em 2014 Google e Nintendo se uniram para fazer uma ação de “brincadeira” no dia da mentira, onde Pokemons apareceriam de forma inusitada no Google Street View. A ação vira um sucesso e só então Hanke decide investir na ideia para criar um jogo.

Outra lição que podemos tirar com tudo isso é que o jogo tem sido fundamental para mostrar também que produtos intangíveis podem despertar o interesse e o desejo dos consumidores. Ninguém “pega” literalmente um Pokémon. Mas o fato de eles existirem, mesmo que virtualmente, tem comprovado ser o suficiente para os consumidores que estão de olhos bem abertos e vidrados nos celulares pelas ruas por onde passam.

E o que podemos dizer então sobre o impacto nos tradicionais pontos de venda nas lojas? Não para de aumentar o número de casos onde estabelecimentos comerciais físicos que estão investindo para tornar seus pontos um “reduto” de Pokémons. Para ter uma ideia, existe especulação de que o McDonalds estaria já planejando uma campanha mundial que, em vez de dar objetos “de verdade” na caixinha do Happy Meal, passaria a oferecer “Pokémons virtuais” como brindes para suas ofertas. Essa mudança será inevitável e abrangente, afinal, shoppings centers, parques temáticos, lojas de departamentos podem usufruir dessa nova tecnologia para atrair clientes com Pokémons exclusivos. O merchandising marketing talvez nunca mais seja o mesmo.

Embora tudo que foi dito até aqui aponte para um futuro promissor e de inúmeras possibilidades, é importante frisar que nem tudo são flores. Também em função do jogo vários acidentes graves começaram a ser relatados devido à atenção exigida. Sem contar ainda que a Nintendo terá uma base de dados incrivelmente desafiadora e perigosa ao mesmo tempo (seu e-mail, telefone, cartão de crédito, onde você está, quais amigos estão perto, dia, data e horário são apenas algumas das informações que você passa a compartilhar). Mas esses já são assuntos para um outro artigo.

Pense nisso!

Fonte: João Képler | Portal dos Administradores

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