Alta performance

É um passo gigante no conhecimento que implica uma revisão de muito do que tem sido escrito e dito em áreas tradicionalmente mais ligadas ao comportamento, como as vulgarmente designadas por soft skills. Estas competências, cada vez mais valorizadas, estavam originariamente sob a égide das também chamadas soft sciences como a psicologia ou a sociologia. Mas, atualmente, deparamo-nos com alterações significativas neste quadro conceptual. Não só as neurociências trazem dados novos e cada vez mais profundos sobre a funcionalidade cerebral, o que implica a revisão de muito do que sabíamos e dizíamos, como as soft skills, ao adquirirem um papel tão relevante no perfil dos colaboradores das empresas, têm de ser entendidas como verdadeiras hard skills, porque estão na base da diferenciação individual.

No desporto, por exemplo, já percebemos que o que faz muitas vezes a diferença entre a medalha de ouro e a de prata não é tanto a componente mais fisiológica, mais hard, mas antes as capacidades de gestão da ansiedade, motivação ou concentração na tarefa. São estas características ditas mais soft que, ao mais alto nível, fazem a distinção entre os melhores e os menos bons, entre os mais e os menos performantes. Também nas organizações, para além das capacidades mais hard, são as soft skills que se constituem como a base para a expressão das competências mais técnicas. Por isso, esta distinção entre hard e soft não só tem vindo a esbater-se como muito daquilo que se pensava sobre estas competências, em muitos casos, está longe de ser confirmado pela ciência.

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Fonte: José Soares | Revista Human

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