Por Rita Montezuma, Performance Marketing Specialist na Inokem – Biotech Solutions
Com a pandemia, o Marketing Digital ganhou outra vida. Estava um pouco adormecido. Desde 2020, centenas de profissões novas apareceram e uma delas foi a do Community Manager.
Em boa verdade, pelo que tenho visto em vários anúncios de Linkedin, muitas empresas ainda têm dificuldade em distinguir as funções de um Community Manager das de um Social Manager.
É importante que as empresas sejam conscientes das várias diferenças entre estas duas funções. Seria importante não pedirem requisitos avançados de design, pois estas devem ser competências adicionais e uma mais-valia, não devendo ter carácter obrigatório, nem servir para excluir candidatos na entrevista de emprego.
Em países como Espanha e Inglaterra, estas duas funções – Community Manager e Social Manager – têm competências completamente diferentes e já existem políticas específicas para este tipo de profissional. Portugal está ainda um pouco atrás destes dois países. Neste momento, os profissionais de marketing contam com a ajuda de duas associações: a Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing – APPM – e a Digital Marketers. Em Espanha, a associação AERCO PSM tem uma elevada expressão e influência junto dos profissionais de marketing. Ainda existe um longo caminho a percorrer, mas Roma e Pavia também não se fizeram num dia.
O Community Manager, como a maioria das empresas julga, não é o colaborador que faz a gestão do blog ou que actualiza o Facebook e Instagram. A função dele é bem além do que as que foram referidas: ele é o responsável por gerir a voz e imagem da marca e por preservar a identidade digital da empresa. As funções deste profissional muitas das vezes não são claras, mas ele é o responsável por ouvir, informar, dinamizar e elaborar as respostas aos clientes.
Um dos deveres de um Community Manager é criar uma relação empática com os comerciais ou equipa de vendas, pois só assim ele conhece melhor o produto e as necessidades dos clientes. Muitas das vezes este profissional chega a ser excluído das reuniões de vendas, colocando-o completamente à parte – o que na minha opinião está completamente errado.
Esta é uma das lacunas mais frequentes, talvez devido ao desconhecimento das empresas, que delegam esta função estratégica, tão importante, a outras empresas e agências externas.
É imprescindível as empresas darem formação a estes profissionais. Não é em uma semana que se aprende a ser Community Manager. É preciso comunicação, diálogo, conhecimento e contacto regular com o departamento comercial.
Com o objectivo de optimizar o trabalho de um Community Manager, sugiro a criação de um guia de resposta a comentários nas redes sociais: com tantas tarefas ao longo do dia, as empresas acabam por se esquecer do engagement e alguns comentários ficam sem resposta. Um exemplo prático são as respostas a críticas, pois muitas empresas descuidam-se e acabam por não responder – ou então eliminam só porque não querem ter respostas negativas. E esta é uma falha que pode ser colmatada com um Community Manager e com um manual ou guia de resposta a comentários e reviews. No entanto, grandes empresas não possuem estes documentos de boas práticas.
Fonte: https://marketeer.sapo.pt/o-que-faz-um-community-manager-em-portugal/