Na sequência da colaboração encetada entre o SPGL e o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa que deu origem ao artigo The use of new ICTs in trade union protests – five European cases publicado na revista do Instituto Sindical Europeu em 2016, preparou-se agora um inquérito por questionário com o objectivo de conhecer as percepções dos utilizadores da Internet sobre o uso dado pelos sindicatos à Internet.
Entre Maio e Junho de 2016 foi, assim, dirigido um inquérito online a todos os professores da Grande Lisboa do ensino não superior, por meio da lista de contactos do SPGL e através da sua newsletter. Ainda que esta mediação possa ter desincentivado muitos de responder, a amostra aleatória obtida tem uma dimensão satisfatória, inclusive de professores não sindicalizados.
Com efeito, obtivemos 774 inquéritos completos dos quais 20% são de professores não sindicalizados. A composição desta amostra é representativa em termos socio-demográficos na medida em que a distribuição do sexo e idade aproxima-se da proporção real (77% mulheres e 23% homens; 52% com 50 ou mais anos). Outras características também se aproximam da distribuição real: 80% são professores do quadro e 15% contratados (restantes aposentados, desempregados ou noutra condição).
O inquérito procurou ser breve de modo a não desmotivar as respostas. É sabido que os professores são muito solicitados a colaborar em inquéritos. A tomada de decisão para a greve foi a ilustração escolhida da Internet como ferramenta auxiliar dos sindicatos. A sua pertinência é discutida a seguir. Ainda que se possa pensar que as respostas são enviesadas à partida por estarmos a usar a Internet para obter respostas sobre o uso da própria Internet, importa dizer que, sabendo que os professores são um grupo profissional algo envelhecido, poderíamos deparar-nos com alguma diversidade na intensidade desse uso.
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FONTE: Raquel Rego