Previsões apontam para que os investimentos em IA na educação atinjam um valor que pode chegar aos 25,7 mil milhões de dólares até 2028.
AIA veio para ficar. E resulta de uma evolução tecnológica nas últimas décadas que teria, inevitavelmente, como consequência a realidade que estamos a assistir. Assim, e independentemente do contexto ou da sua aplicação, perante os desafios que se levantam, o ideal é que aprendamos a viver com esta revolução. E, podemos estar certos disso, existe um grande potencial por explorar.
Na área do L&D, a IA é um enorme acelerador de inovação para a aprendizagem. E os dados reforçam que esta é a solução onde mais se vai apostar nos próximos tempos. Segundo o relatório da Research and Markets, as previsões apontam para que os investimentos em IA na educação atinjam um valor que pode chegar aos 25,7 mil milhões de dólares até 2028. Dessa forma, espera-se, igualmente, que nos próximos cinco anos o mercado global da Inteligência Artificial no setor educativo cresça 47,7%.
Garantidamente, a IA está a moldar e a transformar o futuro do L&D. Compreender esta tecnologia vai ajudar-nos a aproveitar o seu potencial.
A IA não é um bicho papão
É curioso perceber que, com o aparecimento do ChatGPT, a IA ganhou grande popularidade. Mas vale a pena ressalvar que já interagimos, sem darmos conta disso e de forma permanente, com vários tipos de tecnologia movida a IA. Alexa, Gmail, Siri, Spotify, são alguns dos exemplos. Mas, o que será que mudou desta vez?
Quando no início do ano foi anunciado este assistente virtual, o conhecimento sobre o mesmo era limitado e o nosso instinto foi o de classificá-lo como uma ameaça. Rótulo perfeitamente compreensível. Ora vejamos, uma plataforma que através de prompts simples gera soluções para problemas e que simula o raciocínio humano com tanta perfeição, que é capaz de compreender um determinado contexto e desenvolver o seu próprio raciocínio, parece ser claramente uma ameaça a quem trabalha na área de L&D. Mas, será mesmo assim?
Muitas vezes sobrestimamos o poder do Learning Machine e subestimamos a inteligência humana. Ferramentas como o ChatGPT, DALL-E, OPENeLMS, são apenas meios para chegar a um fim. A tecnologia representa uma ferramenta para nós, seres humanos, mas o inverso não é uma verdade. Mais do que uma rivalidade, estamos perante uma relação simbiótica entre humanos e máquinas, que possibilitará a metamorfose da experiência de aprendizagem e a libertação do potencial criativo e inovador humano.
O potencial da IA aplicada ao desenvolvimento de competências
A IA tem o potencial de revolucionar a área de L&D, ao oferecer uma série de benefícios. A integração de ferramentas como o ChatGPT em sistemas de gestão da aprendizagem passa a simplificar o ajuste contínuo da formação ou do percurso de aprendizagem a cada participante.
Esta complexa capacidade de adaptação assegura a criação de conceitos customizáveis, alinhados com as metas e objetivos das organizações, para além de oferecer conteúdos relevantes e específicos para cada área ou cargo.
A IA tem também o potencial de atuar como learning companions do formando. Isto, ao providenciar apoio e feedback através de recursos interativos (processamento de linguagem natural, análise de vídeo, chatbots, etc.) para acompanhar o progresso, motivar o formando e garantir que este segue o caminho certo.
Esta tecnologia está hoje pronta para inspirar os formadores a experimentarem novas abordagens e técnicas. Uma pesquisa que utilize o ChatGPT oferece-nos uma ampla gama de estratégias que podem servir de inspiração para melhorar o processo de aprendizagem e aumentar o envolvimento dos formandos.
Graças à utilização de IA, vai ser cada vez mais fácil compreender o participante e proceder à conceção e desenvolvimento de percursos de aprendizagem verdadeiramente adaptados ao indivíduo, para além de libertar o formador de tarefas que não possuem valor acrescentado para o processo de desenvolvimento.
À medida que a tecnologia avança e a utilização da IA se difunde de forma global, espera-se que estes benefícios se tornem ainda mais evidentes. Investir na pesquisa e implementação da IA no desenvolvimento de competências é uma estratégia indispensável para o futuro. Quanto melhor compreendermos a tecnologia, melhor a vamos conseguir aproveitar.
Artigo de: Joana Teixeira, Head of Digital Learning na CEGOC
