Descrição
A magnitude e impacto negativo na vida pessoal e social, fazem das disfunções uroginecológicas um problema de saúde pública.
Apesar do impacto negativo e prevalência elevada, existe um déficit de dados epidemiológicos e de diagnóstico que poderá dever-se à falta de investimento no levantamento epidemiológico, iliteracia em saúde, diversas barreiras psicossociais (e.g. omissão) e desconhecimento e/ou falta de competências para a utilização dos recursos de diagnóstico e terapêuticos disponíveis.
Patologias como: incontinências (urinária, anal, fecal), disfunções sexuais (dispareunia), prolapsos, dor pélvica crónica, endometriose, entre outras, são bastante frequentes na população, afetam a qualidade de vida e carecem de uma atenção diferenciada. Sendo a incontinência urinária apenas a ponta do icebergue entre as disfunções uroginecológicas, a prevalência em portugal será superior a 20%. Com elevada probabilidade e inferindo das prevalências de diferentes disfunções do pavimento pélvico, aproximadamente 50% da população feminina beneficiaria de atenção clínica e poderia resolver e/ou melhorar significativamente a sua qualidade de vida através, entre outros tratamentos, da reabilitação do pavimento pélvico. Os homens requerem as mesmas intervenções apesar de prevalências tendencialmente mais baixas nas condições transversais aos sexos.
Para além disso, é de grande importância atuar de modo preventivo nas disfunções perineais pois: uma cesariana, uma episiotomia, diástase abdominal, hábitos urinários e defecatórios inadequados, dismenorreias, alterações no tono do pavimento pélvico, podem a médio e longo prazo derivar em patologias complexas e crónicas que poderiam evitar-se através da avaliação e implementação de medidas preventivas.
Atendendo à evidência científica recente, a intervenção deve suportar-se numa visão global onde se estuda, o pavimento pélvico e as vísceras pélvicas, mas também e adicionalmente, a sua relação com outras estruturas como os músculos profundos do abdómen e com a postura.
A realização do exame físico sistemático e completo, assim como, a interpretação crítica dos elementos recolhidos e/ou medidas registadas, decorre do conhecimento anatómico e fisiológico da cavidade abdominopélvica, biomecânica e relação com as demais estruturas, patologia e fisiopatologia, e das competências e desempenho na avaliação clínica e exame físico. A realização destas etapas é determinante e deve conduzir à potencial identificação de red flags, diagnóstico diferencial e funcional e, finalmente, a um plano de tratamento baseado na evidência e ajustado a cada caso.
Existe uma necessidade significativa e premente de profissionais com conhecimentos sólidos e competências diferenciadas para intervir segura e eficazmente no tratamento de pessoas com disfunções uroginecológicas. Os diferentes profissionais de saúde devem intervir coletiva e interdisciplinarmente, desenvolvendo um referencial de atenção clínica onde os fisioterapeutas, especializados em uroginecologia, exercem com independência técnica e deontológica na avaliação, planeamento e reabilitação.
O que lhe propomos neste primeiro curso, dirigido exclusivamente a fisioterapeutas, é o desenvolvimento de conhecimentos e competências para a intervenção profilática e terapêutica, segura e eficaz, num conjunto de disfunções uroginecológicas.
Idade Mínima: 0
Idade Máxima: 0
Situação:
Habilitações Mínimas:
Habilitações Específicas:
– Identificar e descrever a estruturas e funções anatomofisiológicas, assim como, biomecânica relacionada com disfunções do pavimento pélvico
– Reconhecer e discutir fatores de risco e causas uroginecológicas de disfunção pélvica
– Explicar e implementar procedimentos estruturados e sistemáticos de avaliação subjetiva e objetiva
– Desenvolver raciocínio clínico, defender e formular planos de intervenção terapêutica baseados na evidência científica para disfunções do pavimento pélvico
– Avaliar e executar opções e técnicas de tratamento baseadas na evidência científica.
– Anatomia e Fisiologia do Pavimento Pélvico.
– Fisiologia da micção e defecação.
– Principais patologias uroginecológicas: Incontinências; Hiperatividade; Hiperatividade do Detrusor; Bexiga Hiperativa; Prolapsos; Dispareunia; Dismenorreias.
– Avaliação
1. Anamnese e História Clínica (pontos chave).
2. Exame Físico: avaliação postural, respiratória, articular, abdominal e pelviperineal.
3. Evidência científica; Escalas e Questionários.
– Tratamento
1. Técnicas de tratamento- Reeducação Perineal Ativa e Passiva
2. Propriocepção e Automatismo abdominopélvico;
3. Biofeedback;
4. Eletroterapia;
5. Raciocínio clínico e progressão do tratamento;
6. Padrões de Comportamento.
6 – Formação em B-learning (turma)
A classificação final no curso resultará da classificação quantitativa obtida por exame final. A avaliação compreende as respostas a um exame de escolha múltipla com 20 perguntas. Cada resposta correta contribui com 1 valor para a classificação final. O exame será realizado no fim do curso.
A avaliação final de um curso é expressa através de uma classificação na escala numérica de 0 a 20 valores, considerando-se aprovação a obtenção de um mínimo de 10 valores.
A classificação final do curso pode ser acompanhada de uma menção qualitativa, expressa na seguinte escala: Suficiente (10 a 13), Bom (14 e 15), Muito bom (16 e 17) e Excelente (18 a 20).
De acordo com a legislação portuguesa (DL 42/2005 de 22 de fevereiro), as notas abaixo de 10, na escala de 0 a 20, implicam reprovação.
No final da ação será aplicado um instrumento de avaliação para aferição da satisfação dos participantes relativamente ao processo formativo e às condições de realização da ação, visando eventuais ações de melhoria.
No final do curso será emitido um Certificado de Formação Profissional, conforme legislação em vigor (Portaria nº 474/2010 de 8 de julho), a todos os participantes que concluírem com aproveitamento a ação de formação. O referido certificado, assim como um diploma, serão disponibilizados em formato digital na área do participante, no site da Academia Clínica do Dragão, num prazo máximo de 30 dias úteis, após a data de término da ação. Caso o aluno não tenha aproveitamento será emitido um Certificado de Frequência de Formação Profissional.