Saiba quais são os desafios do marketing na área dos seguros especializados e a forma como se pode tornar um fator diferenciador no setor.
Um dos maiores desafios do Marketing, independentemente do setor em que desenvolva a sua atividade, é a construção de uma estratégia coerente e realista, não servindo só para organizar festas, eventos ou desenvolver ações de promoção.
Mais ainda, quando se trabalha num mercado especializado, não só pelas características inerentes aos seguros, mas no caso da Innovarisk, por se tratar de produtos para nichos de mercado (tendo este tema já sido amplamente discutido em artigos anteriores), o desafio é ainda maior.
Há alguns anos, numa pós-graduação de Relações Públicas, falava uma professora minha sobre a desvantagem da área do Marketing (e das Relações-Públicas) face às outras porque não tínhamos uma linguagem própria. Ouve-se falar um engenheiro, um arquiteto ou um jurista e a mera utilização de uma linguagem técnica aponta para um profissional com conhecimentos superiores, quando são “apenas” um engenheiro, um arquiteto ou um jurista.
No caso do Marketing, a normalização do vocabulário foi necessária para nos tornarmos acessíveis e percetíveis, para que o cliente entendesse o que estava a comprar, chegando ao ponto em que a maioria das pessoas acha que percebe de Marketing. Mas será que sim? Será que ter uma vaga noção dos quatro P’s (quem é que já não ouviu falar de Philip Kotler?), feelings e “suponhamos” serão suficientes para construirmos uma estratégia, para conhecermos o mercado em que nos inserimos, para fazermos chegar os nossos produtos especializados ao nosso target, com o prémio correto? Não me parece. E ainda menos na área dos seguros especializados, em que tendencialmente o risco sai fora do tradicional.
Como é que o Marketing pode ser um fator diferenciador e de mudança num mercado especializado?
Primeiro é importante conhecer bem o mercado, os produtos e o target, desenvolver materiais fáceis e simples (sim, usamos e abusamos sem pudor das redes sociais, dos vídeos explicativos e das formações), criar uma relação de proximidade com os nossos parceiros e desmistificar a linguagem para que estes a consigam transmitir corretamente ao cliente (como “apetite” ou “política de subscrição”).
E, depois, repetir e formar, repetir e formar, repetir e formar. Só assim é que podemos contribuir para uma verdadeira mudança, quando soubermos explicar o que vendemos, quando o cliente entender o que está a comprar e para que serve. Como, por exemplo, a diferença entre um RC Profissional e um RC Exploração ou um D&O e um 396º.
Kathrin Schneider, Diretora de Marketing & Comunicação
Fonte: https://eco.sapo.pt/2023/03/28/o-marketing-como-fator-diferenciador-nos-seguros-especializados/