Por Catarina Alves Ribeiro, CEO da Brainding
Ao longo dos anos, assistimos a um trabalho notório de neurocientistas que têm vindo a desenvolver vários estudos relevantes para desmistificar determinados processos cognitivos do ser humano, nomeadamente o processo de tomada de decisão.
Sabe-se que este processo envolve um conjunto complexo de bases neurais que permitem ao ser humano receber estímulos sensoriais externos e/ou internos, interpretá-los e tomar uma decisão que promova uma ação ou comportamento em resposta aos mesmos.
Segundo vários estudos, tem-se conhecimento que existem várias áreas do cérebro envolvidas no processamento da tomada de decisão, nomeadamente o Hipocampo e o Córtex pré-frontal, sendo a decisão o resultado da comunicação entre essas regiões identificadas. Simultaneamente, foi possível concluir que existem outras regiões do cérebro envolvidas neste processo, nomeadamente a amígdala, zona que se conhece ser responsável pela origem das emoções.
Perante toda a complexidade que envolve este processo de tomada de decisão é fundamental, enquanto marca, considerar os estudos neurocientíficos, ou neuromarketing, como ferramenta de apoio às suas estratégias de comunicação e marketing, com intuito de melhorar processos de atendimento ao cliente, aprimorando os benefícios que aportam ao consumidor e até melhorando a sua experiência de consumo que, no final do dia, se traduz no aumento dos níveis de bem-estar do indivíduo consigo próprio e no contexto.
Com estas premissas em consideração, além do compromisso de aliar às marcas, nesta jornada de aprendizagem e de conhecimento contínuo do seu cliente, uma estratégia que as direcione na melhoria da sua proposta de valor junto dos seus públicos-alvo, o neuromarketing atua naturalmente sobre uma preocupação adicional – a sustentabilidade. Ao compreender como o consumidor decide ou poderá decidir face à entrada de um novo produto no mercado ou às suas compras habituais, através da investigação neurocientífica e de neuromarketing, poderemos evitar a produção e o desperdício de produtos não testados previamente. Falamos também de hábitos de consumo de conteúdos, que poderão passar a ser mais digitais ao invés das marcas manterem a produção de determinados meios físicos com pouco ou nenhum impacto, sendo igualmente ou ainda mais eficazes na sua comunicação com o consumidor. Também aspetos como o tempo de atenção do espetador a spots publicitários, estímulos apresentados que desencadeiam emoções positivas, emoções e experiências memoráveis, ações e estratégias que aumentam o posicionamento junto do público-alvo, são aspetos que a investigação neurocientífica ajudará a desvendar alicerçando os planos de comunicação e marketing das empresas e diminuindo o risco e de insucesso.
Fonte: https://marketeer.sapo.pt/neuromarketing-na-jornada-do-consumidor-e-do-planeta/